quinta-feira, março 31, 2005

Viver de folia!





Eita homi..

Já te mandei relaxá
Deixá de bestera
Pra quê se preocupá
Se ela só qué sambá?

Oxe meu bem..
Oxalá meu pai..
O morro é quem canta
Ai ai ai ai....

Tá no teu sangue
É samba e magia
Nasceu de você
Herdou energia.

Colombina eu fui
Mas nunca houve Arlequim
Numa família do morro
Samba é pecado sem fim.

oxe meu bem..
oxalá meu pai..
O morro é quem canta
Ai ai ai ai

Larissa....

quinta-feira, março 24, 2005

Vida imita Arte



Fernando Ramos da Silva morreu em 27 de agosto de 1987 como milhares de meninos de rua: assassinado. Mas com uma diferença: sua morte foi comentada nacional e internacionalmente. Ele foi a estrela do filme "Pixote", do cineasta Hector Babenco, onde encenava justamente um menino de rua.
O caso, evidentemente, ganhou repercussão: os policiais que o assassinaram foram suspensos. Houve uma investigação minuciosa. Descobriu-se, então, que Pixote, um menino pobre que morava na periferia de São Paulo, vinha reclamando estar sendo molestado por policiais depois de virar estrela cinematográfica. Era mesmo ameaçado de morte.
Alegou-se, como de costume, que houve troca de tiros. Só que seu corpo estava cravejado por seis tiros que vieram de cima. Em outras palavras, ele estava deitado ou ajoelhado. Uma testemunha ouviu Pixote implorar:
- Não me mate! Tenho uma filha para criar.
Mesmo com a revelação desses detalhes, os policiais foram brindados com manifestações de simpatia. Ganharam flores de habitantes e comerciantes de Diadema, onde Pixote morava. Foram espalhadas faixas pelas ruas, onde se lia:
- Pixote era bandido. A sociedade agradece à polícia.

Gilberto Dimenstein (A guerra dos meninos)

=> Amigos queridos,

Fiz questão de iniciar minhas postagens no "Laricota" com um texto do Dimenstein, que por sinal, é um dos jornalistas que mais admiro. Confesso que ter lido algumas de suas obras só serviu pra que eu tivesse ainda mais vontade de fazer Jornalismo. Espero que gostem do texto que coloquei por aqui hoje. Até breve!!!