terça-feira, abril 19, 2005

Curumim chama Cunhantã que eu vou contar...


"Mas no entanto agora
O seu canto de guerra
É um choro de uma raça inocente
Que já foi muito contente
Pois antigamente
Todo dia era dia de indio."
(Jorge Benjor)



Não é difícil ouvir comentários um tanto hostis em relação aos povos indígenas. Para caracterizá-los, muitas pessoas não poupam adjetivos ruins.
A política adotada no Brasil para tratamento a esses povos foi (e continua sendo) um fracasso. Há muito a ser discutido. Em viagens a região norte do Mato Grosso, pude ver com meus próprios olhos como essas pessoas estão entregas ao descaso. Entidades como a Funai alugam casas nas cidades e as deixam abarrotadas. Estes lugares acabam se tornando grandes focos de doenças como a tuberculose. Sem falar da desnutrição e de tantos outros problemas.
Particularmente, acredito que os povos indígenas tenham sido as principais vítimas de uma política frustrada. Enfim: descaso, descaso e mais descaso.
Quero muito saber o que vocês, que visitam este blog, acham sobre o assunto.
Até.

Larissa.

obs: Cartas de Rodez (espetáculo exibido no Sesc no último domingo) foi ótimo!

"Eu escolhi ser louco, para não pertencer ao grupo deles..."

<$I18NNumComentários$>:

Anonymous Anônimo disse...

19/04/05: dia do índio!
Qual a importância disso?
Por que devemos nos importar com eles?
Só porque nossos tataratataratataratataratataratataratataratataratataravós invadiram suas terras, arrazaram com sua cultura, desprezaram suas religiões impondo outra, os escravizaram, violentaram suas mulheres, mataram seus filhos, usurparam tudo que eles tinham e ainda diziam que eles não eram civilizados?
Hoje é um dia muito importante e devemos parar e refletir sobre todo o sofrimento que já os fizemos passar. Devemos no mínimo respeita-los e devouver o pouco que restou do que já eram deles.

ÍNDIOS
Quem me dera, ao menos uma vez,
Ter de volta todo o ouro que entreguei
A quem conseguiu me convencer
Que era prova de amizade
Se alguém levasse embora até o que eu não tinha.

Quem me dera, ao menos uma vez,
Esquecer que acreditei que era por brincadeira
Que se cortava sempre um pano-de-chão
De linho nobre e pura seda.

Quem me dera, ao menos uma vez,
Explicar o que ninguém consegue entender:
Que o que aconteceu ainda está por vir
E o futuro não é mais como era antigamente.

Quem me dera, ao menos uma vez,
Provar que quem tem mais do que precisa ter
Quase sempre se convence que não tem o bastante
E fala demais por não ter nada a dizer

Quem me dera, ao menos uma vez,
Que o mais simples fosse visto como o mais importante
Mas nos deram espelhos
E vimos um mundo doente.

Quem me dera, ao menos uma vez,
Entender como um só Deus ao mesmo tempo é três
E esse mesmo Deus foi morto por vocês -
É só maldade então, deixar um Deus tão triste.

Eu quis o perigo e até sangrei sozinho.
Entenda - assim pude trazer você de volta prá mim,
Quando descobri que é sempre só você
Que me entende do início ao fim
E é só você que tem a cura para o meu vício
De insistir nessa saudade que eu sinto
De tudo que eu ainda não vi.

Quem me dera, ao menos uma vez,
Acreditar por um instante em tudo que existe
E acreditar que o mundo é perfeito
E que todas as pessoas são felizes.

Quem me dera, ao menos uma vez,
Fazer com que o mundo saiba que seu nome
Está em tudo e mesmo assim
Ninguém lhe diz ao menos obrigado.

Quem me dera, ao menos uma vez,
Como a mais bela tribo, dos mais belos índios,
Não ser atacado por ser inocente.

Eu quis o perigo e até sangrei sozinho.
Entenda - assim pude trazer você de volta prá mim,
Quando descobri que é sempre só você
Que me entende do início ao fim
E é só você que tem a cura para o meu vício
De insistir nessa saudade que eu sinto
De tudo que eu ainda não vi.

Nos deram espelhos e vimos um mundo doente
Tentei chorar e não consegui.

19 de abril de 2005 às 15:42  

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