sexta-feira, maio 23, 2008

Paraíso inconcreto.

Paraíso é algo intangível, que circula apenas no pensamento. Mas o homem faz questão de não perceber isso com tanta facilidade. Troca de moradia com frequência, indo de uma casa a outra como se o paraíso fosse questão de endereço. Há os que mudam de país, buscam em Roma, Berlim ou Paris as satisfações não encontradas. Não passam da possibilidade, do "se". O interior não muda com o exterior. Caso contrário, seríamos eternos nômades.
Muitos dos que habitam este planeta jogam no time dos integrados, dos conformados. Eu mesma. Não sei o que faço além de buscar um futuro estável, com dinheiro no bolso, carro importado e uma família feliz, como aquelas que se vê nos comercias de margarina: amor, união, mesa farta e sorrisos. Apenas na TV ainda se fazem famílias assim.
Por falar em paraíso...
Numa festa de São João conheci Jorge. Pelo menos foi com esse nome que ele se apresentou a mim. Como bom hippie que era, certamente havia deixado sua identidade no passado, mudando de nome a cada nova cidade. Estava longe de ser um intelectual, desses que vivem para os livros e desconhecem o valor do verbo viver. Mas era um sábio, para quem o segredo da vida estava no desapego.
Quando nos despedimos Jorge me falou sobre o paraíso, estado de satisfação plena tão sonhado. Em tom irônico, ele soltou: "Esse paraíso deve ser um tédio. Nem Adão e Eva aguentaram!"
Viva a sabedoria popular!

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