Delírio vespertino.
Numa tarde tão mórbida, escolho o Bradbury para me animar um pouco. O som antigo espalha a voz de um tal James Marshall pela casa. Quem é James Marshall? Ele embala minha sonolência e trás aquela sensação nostálgica de que nada será tão bom quanto antes. James se foi em setembro de 1970 e eu ainda o escuto com afinco. Tantos outros também o escutam. E assim formamos uma rede.
A campainha toca. É o carteiro. Da sacola repleta de cartas ele tira o bilhete de despedida de Janis Lyn. Ela também se foi em 1970. Tanto tempo se passou e só agora recebo notícias suas. Os mil pedaços da carta foram para o lixo.
Em meio aos delírios e viagens temporais, alguém bateu à porta. Deitada no sofá, arriscando notas na guitarra imaginária, vejo um papel passar por baixo da porta. Levanto assustada e percebo que é a conta de energia elétrica. Como está cara!
Desligo o som e vou para o banho. Aquele papel inconveniente trouxe a realidade de volta.
A campainha toca. É o carteiro. Da sacola repleta de cartas ele tira o bilhete de despedida de Janis Lyn. Ela também se foi em 1970. Tanto tempo se passou e só agora recebo notícias suas. Os mil pedaços da carta foram para o lixo.
Em meio aos delírios e viagens temporais, alguém bateu à porta. Deitada no sofá, arriscando notas na guitarra imaginária, vejo um papel passar por baixo da porta. Levanto assustada e percebo que é a conta de energia elétrica. Como está cara!
Desligo o som e vou para o banho. Aquele papel inconveniente trouxe a realidade de volta.