segunda-feira, fevereiro 09, 2009

Relato de um certo encontro.

"Mais do que o rio, uma impossibilidade que vinha de não sei onde detinha-me ao pensar na travessia, na outra margem."

(Milton Hatoum)



Não espere de mim a mesma perfeição de Hatoum para descrever os encantos amazônicos. Embora tenha nascido em Manaus, nunca cheguei a morar na cidade, ao contrário do célebre escritor que desvendou as mais escondidas ruas e mergulhou na alma dos homens do norte. As minhas impressões são diferentes. Enxergo tudo com os olhos da fascinação turística, com a mesma faceirice da criança que acaba de abrir o aguardado presente.
Passar um mês inteiro em Manaus aumentou ainda mais meu interesse pela cultura e pelo vasto saber de um povo que venera o rio e a floresta. Impossível esconder a expectativa quando se está em um barco cercado de água por todos os lados, prestes a desvendar alguns dos tantos segredos escondidos entre as árvores gigantescas.
As descobertas vão muito além das plantas e animais exóticos. Antes de tudo, trata-se de uma experiência engrandecedora, uma oportunidade única para refletir sobre si e conectar as forças divinas da natureza com o divino que vive em nós.


Dica: Descobrir as obras de Milton Hatoum foi uma das surpresas da viagem. O autor, que nasceu em Manaus em 1952, é descendente de libaneses. Foi professor de Literatura da Universidade Federal do Amazonas (UFAM) e da Universidade da Califórnia, em Berkeley. Estreiou em 1989 com o livro Relato de um certo Oriente, seguido de Dois irmãos, ambos ganhadores do Prêmio Jabuti de melhor romance e publicados em oito países. Por Cinzas do Norte recebeu seu terceiro Jabuti, além dos prêmios Bravo!, APCA e Portugal Telecom de Literatura em 2006. Seu romance mais recente é Órfãos do Eldorado, de 2008, que teve seus direitos vendidos para treze países.


*Foto: Encontro das Águas (Larissa Campos)

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